đŸŽ„ 12 curiosidades incrĂ­veis sobre o filme “2001: Uma OdissĂ©ia no Espaço” (1968) que vocĂȘ (provavelmente) nĂŁo sabia!

“2001: Uma OdissĂ©ia no Espaço” Ă©, sem dĂșvida, um dos filmes mais influentes da histĂłria do cinema. Lançado em 1968, dirigido por Stanley Kubrick e baseado em uma histĂłria de Arthur C. Clarke, o filme nĂŁo apenas desafiou as convençÔes da Ă©poca, mas tambĂ©m estabeleceu um novo padrĂŁo para a ficção cientĂ­fica.

A obra Ă© conhecida por sua abordagem filosĂłfica profunda, seus efeitos visuais inovadores e pela maneira enigmĂĄtica com que lida com o futuro da humanidade e do universo. Ao longo das dĂ©cadas, “2001” tem sido objeto de inĂșmeras anĂĄlises e interpretaçÔes, com muitos considerando-o um marco no cinema moderno.

Neste texto, vamos explorar algumas curiosidades fascinantes sobre a produção desse clĂĄssico, desvendando os mistĂ©rios por trĂĄs de seu desenvolvimento, impacto cultural e legado duradouro, alĂ©m de detalhes que talvez vocĂȘ nĂŁo saiba sobre essa jornada cinematogrĂĄfica Ă©pica.

1 – O FILME QUASE FOI O PRECURSOR DA INTERNET

O audacioso grupo de futuristas do diretor Stanley Kubrick, conforme escreveu Benson, “aparentemente jĂĄ havia antecipado aspectos significativos das implicaçÔes de uma nova tecnologia”. Os itens do filme incluĂ­am um “jornal de 2001 para ser lido em uma tela de algum tipo”. Se essa peça, com um logo do “New York Times”, tivesse sido incorporada ao filme, ela teria sido “lida por um astronauta utilizando tablets semelhantes ao iPad” a bordo da Discovery.

“Se Kubrick tivesse avançado e mostrado o jornal dessa maneira”, escreve o autor, “nĂŁo hĂĄ dĂșvida de que ‘2001’ seria lembrado hoje como um importante precursor da internet”.

2 – CONSTRUINDO O “OBJETO ALIENÍGENA”

No começo, Arthur C. Clarke, autor do livro que origem ao filme, apresentou a Kubrick sua histĂłria “The Sentinel”, na qual uma equipe de pesquisa descobre uma “pirĂąmide de cristal de origem extraterrestre, que esteve na superfĂ­cie lunar por milhĂ”es de anos”, conforme observa Benson.

AlĂ©m disso, Kubrick inicialmente desejava que o “objeto alienĂ­gena” fosse bem definido, como um “tetraedro transparente”. Ele insistiu que fosse feito de acrĂ­lico, mas o material nĂŁo gerou o efeito esperado, e o grande e caro objeto foi destruĂ­do, sendo substituĂ­do por um monolito preto que refletia todas as manchas e imperfeiçÔes.

3 – MAIS DA METADE DO FILME NÃO TEM DIÁLOGOS

O filme tem uma duração total de 149 minutos, dos quais 88 sĂŁo completamente silenciosos, sem diĂĄlogos. Os primeiros 25 minutos, os Ășltimos 23 e outros momentos ao longo da trama sĂŁo mais contemplativos, sem falas.

4 – STANLEY KUBRICK FEZ QUESTÃO DE MUDAR O NOME DO FILME

Enquanto estava sendo filmado, o longa recebia o tĂ­tulo de “Voyage Beyond the Star” (algo como “Viagem AlĂ©m das Estrelas”). No entanto, apĂłs o lançamento de “Viagem FantĂĄstica” (“Fantastic Voyage”) em 1966, Kubrick decidiu mudar o nome do seu filme para evitar qualquer semelhança com aquele, que ele considerava ruim.

5 – MGM NÃO ACREDITAVA NO TALENTO DE STANLEY KUBRICK

Quando a MGM estava elaborando um contrato para a produtora de Kubrick, uma clĂĄusula incluĂ­a uma lista com alternativas para a direção, que mencionava nomes como Alfred Hitchcock, David Lean e Billy Wilder. “A MGM aparentemente estava se resguardando caso Kubrick, por algum motivo, nĂŁo pudesse dirigir o filme”.

6 – DUBLANDO O ROBÔ HAL

No esboço inicial da “sequĂȘncia do robĂŽ”, Clarke havia nomeado o HAL-9000 como SĂłcrates. Era um robĂŽ ambulante com um “modo independente”. Conforme o processo de desenvolvimento avançava, o QI dessa InteligĂȘncia Artificial, segundo Benson, foi aumentando. Antes de ser chamado HAL, o computador falante da nave Discovery era conhecido como Athena.

Quanto Ă  voz de HAL, Kubrick e Clarke se inspiraram em um curta-metragem em preto e branco, indicado ao Oscar, chamado “Universo”, produzido pelo “National Film Board of Canada” e dirigido por Colin Low. Os cineastas de “2001” ficaram tĂŁo impressionados com as tĂ©cnicas do filme que contrataram o especialista em efeitos especiais Wally Gentleman para trabalhar em “2001”. Contudo, os dubladores de HAL estavam ao vivo durante toda a transmissĂŁo.

Kubrick experimentou com atores como Nigel Davenport e Martin Balsam antes de escolher Douglas Rain — o narrador que ele havia ouvido pela primeira vez em “Universo”.

7 – O “ANDY SERKIS” DOS ANOS 60

Kubrick nĂŁo queria que seus sĂ­mios se parecessem com “homens de macacĂŁo”. Foi entĂŁo que ele conheceu Dan Richter, um artista em ascensĂŁo em Londres e estrela do American Mime Theatre, que tambĂ©m havia estudado teatro Kabuki com Yoko Ono.

Richter, de certa forma, pode ser considerado um precursor de Andy Serkis, famoso por seus papĂ©is em “O Senhor dos AnĂ©is” e “Planeta dos Macacos”. Sua abordagem Ă  mĂ­mica, como escreve Benson, “era começar com os fundamentos da atuação e transformĂĄ-los em movimentos fĂ­sicos puros”.

Richter chegou Ă  reuniĂŁo acreditando que seria apenas uma consultoria rĂĄpida, mas logo se viu envolvido em um teste, cujas habilidades impressionaram Kubrick. Richter nĂŁo sĂł interpretou o macaco assassino de “2001”, como tambĂ©m ensinou os outros membros do elenco a se movimentar e agir de forma convincente.

8 – O FETO FLUTUANTE

Na narrativa do livro de Arthur C. Clarke, o narrador afirma que o sĂ©culo XXI nĂŁo começa em 2000, mas sim no primeiro dia de 2001. Como destaca Benson, a histĂłria culmina com um som impressionante: “o choro suave de um bebĂȘ recĂ©m-nascido”. Esse Ă© “o primeiro ser humano, na HistĂłria, a nascer fora da Terra”.

O futurismo de Clarke, conforme explica Benson, foi influenciado pelo visionĂĄrio russo Konstantin Tsiolkovsky, que, em 1912, escreveu em um ensaio: “A Terra Ă© o berço da mente, mas a Humanidade nĂŁo pode ficar em seu berço para sempre”.

Benson tambĂ©m menciona um desenho a caneta que “mostrava um feto flutuando em um saco amniĂłtico parecido com uma bolha”. A ilustração se assemelhava a “um bebĂȘ nĂŁo nascido no espaço”, e foi reproduzida no livro “African Genesis”, de Robert Ardrey. Em 1965, a revista “Life” publicou as icĂŽnicas imagens de um feto “flutuando na escuridĂŁo cĂłsmica”, capturadas pelo fotĂłgrafo sueco Lennart Nilsson.

9 – FILMANDO EM UMA FÁBRICA DE SUTIÃS

As filmagens iniciais de “2001” começaram no começo de 1965, em uma fĂĄbrica de sutiĂŁs desativada, localizada em Nova York. Influenciado por “Universo”, Kubrick utilizou tintas diluentes e luzes de alta intensidade para criar efeitos espaciais de aparĂȘncia surreal.

10 – O SET DE GRAVAÇÃO ERA PERIGOSO

Marvin Minsky, especialista em inteligĂȘncia artificial do MIT, revelou que “quase foi morto” durante uma visita ao set, quando um mecĂąnico provocou um incĂȘndio. Coincidentemente foi Minsky quem disse a Kubrick que os computadores de “2001” “poderiam ser avançados o suficiente para colapsar diante de problemas insolĂșveis”.

11 – A ESTREIA DO FILME FOI UMA CATÁSTROFE

A premiĂšre de “2001” aconteceu no teatro Uptown, em Cleveland Park, Washington. Durante o intervalo, os convidados “saĂ­ram correndo. Foi um desastre. NinguĂ©m gostou”, relata Benson em seu livro. Um jornalista britĂąnico escreveu: “NĂŁo houve uma Ășnica palma.

O pĂșblico apenas se levantou, atordoado e pensativo, indo embora”. Na noite seguinte, apĂłs a estreia em Nova York, Clarke teria ouvido os executivos da MGM afirmando: “Bem, esse Ă© o fim de Stanley Kubrick”.

No entanto, em apenas cinco semanas de exibição, em apenas oito cinemas, “2001” arrecadou mais de US$ 1 milhĂŁo. Gradualmente, alguns crĂ­ticos começaram a perceber o valor do filme.

12 – APÓLICE DE SEGURO PARA UMA VIDA EXTRATERRESTRE?

O autor Arthur C. Clarke, responsåvel pelo livro original e pelo roteiro do filme, revelou que Stanley Kubrick tentou, sem sucesso, obter uma apólice de seguro para o caso de a descoberta de vida extraterrestre inteligente ocorrer antes do lançamento do filme.

CONCLUSÃO

“2001: Uma Odisseia no Espaço” continua sendo uma das obras mais influentes e enigmĂĄticas da histĂłria do cinema. Sua abordagem inovadora para temas como inteligĂȘncia artificial, exploração espacial e o destino da humanidade o coloca como um marco na evolução da ficção cientĂ­fica.

A direção visionĂĄria de Stanley Kubrick, aliada Ă  mĂșsica icĂŽnica de Johann Strauss e Richard Strauss, cria uma atmosfera Ășnica, que desafia o espectador a refletir sobre o futuro da tecnologia e nossa relação com o desconhecido. AlĂ©m de ser um espetĂĄculo visual impressionante, o filme tambĂ©m provoca discussĂ”es filosĂłficas sobre o papel do ser humano no universo.

A combinação de narrativa aberta, efeitos especiais revolucionĂĄrios para a Ă©poca e uma trilha sonora memorĂĄvel garantiu a perenidade do filme, tornando-o nĂŁo apenas uma referĂȘncia no gĂȘnero, mas uma obra-prima atemporal, que continua a fascinar e a inspirar geraçÔes de cineastas e admiradores do cinema.

VEJA TAMBÉM: