đ„ 10 curiosidades incrĂveis sobre o filme “Ilha do Medo” (2010) que vocĂȘ (provavelmente) nĂŁo sabia!

“Ilha do Medo”, dirigido por Martin Scorsese e lançado em 2010, Ă© um thriller psicolĂłgico que mergulha os espectadores em um labirinto de mistĂ©rios e intrigas. Baseado no romance de Dennis Lehane, o filme conta a histĂłria do detetive Teddy Daniels, interpretado por Leonardo DiCaprio, que investiga o desaparecimento de uma paciente em um hospital psiquiĂĄtrico na remota Ilha Shutter.
AlĂ©m da trama envolvente, “Ilha do Medo” Ă© repleto de curiosidades fascinantes, desde a intensa preparação dos atores atĂ© os detalhes meticulosos da direção de arte. Scorsese utiliza tĂ©cnicas cinematogrĂĄficas inovadoras para criar uma atmosfera de suspense e paranoia, mantendo os espectadores Ă beira de seus assentos atĂ© o Ășltimo momento.
1 – UMA CARTA DE FĂ
Mark Ruffalo conseguiu o papel de Chuck Aule depois de enviar a Scorsese uma carta de fĂŁ dizendo o quanto gostaria de trabalhar com ele.
2 – CITAĂĂO DE UM CEMITĂRIO
A citação âlembrem-se de nĂłs, porque nĂłs tambĂ©m vivemos, amamos e rimosâ, visto em uma placa a caminho da instituição mental, foi tirada do CemitĂ©rio de Vine Lake, em Medfield. Um concurso foi feito para quem conseguisse criar a melhor frase para ser usada como marca em memĂłria Ă queles que morreram em virtude da epidemia de gripe (a Gripe Espanhola), em 1918.
3 – INSPIRAĂĂO DE HITCHCOCK
Para esclarecer como o filme seria estilisticamente ao elenco, Scorsese exibiu os clĂĄssicos âFuga do Passadoâ, de 1947, e âUm Corpo que Caiâ, de 1958, para os atores e a equipe criativa.
4 â SCORSESE NĂO SERIA O DIRETOR
Antes de Scorsese ser contratado para comandar o longa-metragem, o icĂŽnico David Fincher, diretor do clĂĄssico filme âSeven â Os Sete Crimes Capitaisâ, foi considerado como diretor.
5 – PARCERIA QUE DEU CERTO
Esta foi a sexta vez que Scorsese e DiCaprio trabalharam juntos. Alguns de seus filmes sĂŁo: âO Aviadorâ (2004), âOs Infiltradosâ (2006), âO Lobo de Wall Streetâ (2013) e âAssassinos da Lua das Floresâ (2023).
6 – ANAGRAMA ATĂ NO TĂTULO
O tĂtulo do filme em inglĂȘs, Shutter Island, Ă© um anagrama para truth and lies (verdades e mentiras) e para truths/denials (verdades/negaçÔes).
7 – MĂSICAS CLĂSSICAS
âIlha do Medoâ chamou a atenção dos especialistas pela trilha sonora, que utilizou promeninentemente mĂșsica clĂĄssica, como a de Gustav Mahler, e mĂșsica clĂĄssica moderna, como Krzysztof Penderecki, György Ligeti e Max Richter.
8 – ATMOSFERA NUBLADA
Ă medida que a histĂłria avança, a atmosfera se torna mais sombria e chuvosa, refletindo o aumento da tensĂŁo na narrativa. O sol surge apenas nas cenas finais. Esta Ă© uma das muitas alusĂ”es a Sigmund Freud, fundador da psicanĂĄlise, que comparava o subconsciente a uma nuvem escura e tempestuosa, em contraste com os cĂ©us lĂmpidos da consciĂȘncia.
9 – EXPLICANDO O FINAL
Lembrado pela cena enigmĂĄtica que fecha o filme, Ilha do Medo desafia nossas expectativas em diversos momentos. O grande reviravolta ocorre quando percebemos que o protagonista nĂŁo Ă© Edward Daniels, o agente federal que veio investigar o local.
Na realidade, ele é Andrew Laeddis, um paciente internado hå mais de dois anos após ter assassinado sua esposa. Consumido pela culpa, ele criou um alter-ego para justificar sua presença na ilha. Assim, o filme de mistério se transforma em um drama profundo, que nos faz lamentar o destino trågico do personagem.
Quando os mĂ©dicos finalmente o confrontam com a verdade, eles explicam que estĂŁo sob pressĂŁo do diretor. Andrew precisa “acordar” e aceitar sua verdadeira identidade, caso contrĂĄrio, serĂĄ submetido a uma lobotomia no dia seguinte.
A conversa parece ter funcionado, mas na manhã seguinte, Andrew age novamente como se fosse o policial. Quando o Dr. Sheehaan, que ele acreditava ser Chuck, se senta ao seu lado, o protagonista começa a falar sobre o caso que estå investigando.
Nesse momento, o psiquiatra sinaliza para seus colegas, indicando que o tratamento falhou. As palavras do protagonista antes de ser levado levantam dĂșvidas tanto no mĂ©dico quanto nos espectadores.
O final em aberto gerou teorias entre o pĂșblico e os crĂticos: serĂĄ que o tratamento falhou mesmo? Ou serĂĄ que Andrew estĂĄ curado, mas escolheu continuar encarnando Edward? A frase do protagonista demonstra uma grande consciĂȘncia, mas pode se tratar de apenas mais uma alucinação.
TambĂ©m podemos acreditar que ele lembrava de tudo, mas decidiu permanecer na fantasia. Sabendo que nĂŁo poderia mais fugir dos seus atos e teria que “viver como um monstro”, ele parece escolher o processo que irĂĄ comprometer suas capacidades mentais para sempre.
Laeta Kalogridis, a roteirista do filme, partilhou sua opinião em uma entrevista. Na interpretação dela, Andrew não terå planejado nada; foi apenas um segundo de sanidade que desapareceu logo depois.
10 – REVER ILHA DO MEDO Ă UMA EXPERIĂNCIA INCRĂVEL
Assistir Ilha do Medo novamente pode ser uma experiĂȘncia intrigante quando jĂĄ conhecemos o grande plot twist. Podemos notar que os comportamentos do protagonista jĂĄ sugeriam que ele sofria de uma perturbação mental. A histĂłria começa com ele lavando o rosto durante a viagem de barco: inicialmente, pensamos que seja devido a enjoo, mas na verdade Ă© a abstinĂȘncia dos medicamentos que ele costumava tomar.
TambĂ©m se torna claro que ele experimenta alucinaçÔes visuais e auditivas ao longo de toda a sua jornada. As conversas com os mĂ©dicos deixam isso evidente: mostram que eles jĂĄ o conheciam hĂĄ algum tempo e atĂ© comentam que ele possui “mecanismos de defesa extremamente eficazes”.
A cena que mais se destaca, no entanto, Ă© a do copo d’ĂĄgua que desaparece. Durante o interrogatĂłrio de uma paciente, ela se queixa de sede. Mas, quando vai beber ĂĄgua, sua mĂŁo estĂĄ vazia. No prĂłximo quadro, o copo aparece sobre a mesa.
Embora muitos possam não notar esse detalhe, ele serve como um sinal claro para o espectador: não se pode confiar totalmente nos próprios olhos, uma vez que a história é narrada do ponto de vista de alguém que estå mentalmente inståvel.
AlĂ©m disso, Ă© interessante observar como o protagonista evita aquilo que nĂŁo deseja ver. Embora esteja obcecado por encontrar o 67Âș paciente, ele se recusa a olhar a ficha mĂ©dica que revelaria sua verdadeira identidade. Isso sugere, de forma inconsciente, uma resistĂȘncia em aceitar a realidade.
“Ilha do Medo” Ă© um filme repleto de detalhes intrigantes e sutis que enriquecem a experiĂȘncia do espectador. As curiosidades sobre a produção, desde as referĂȘncias psicolĂłgicas atĂ© os elementos visuais que desafiam a percepção, demonstram a habilidade de Martin Scorsese em criar uma trama complexa e envolvente.
Cada camada de mistério e cada pista visual são cuidadosamente elaboradas para aprofundar o enredo e intensificar a sensação de suspense. Conhecer essas curiosidades não apenas revela a engenhosidade por trås do filme, mas também permite uma apreciação mais profunda de sua narrativa e técnicas cinematogråficas.